ANÁLISE DA SENSITIVIDADE DA PAISAGEM NA BACIA DO RIACHO DO SACO – PE
DOI:
https://doi.org/10.20502/rbg.v16i4.777Palavras-chave:
Sensitividade da paisagem, geomorfologia fluvial, semiárido.Resumo
A compreensão sobre a evolução da paisagem, com foco geomorfológico, em especial a evolução de curto e médio prazo, depende do entendimento de como a paisagem se comportaria caso houvessem mudanças nos inputs do sistema e/ou mudança nas resistências do sistema. Para tal, é necessário identificar quais as áreas onde há uma maior probabilidade de mudança caso aja às alterações ambientais, nas forças de perturbação ou de resistência do sistema, dentro desta perspectiva enquadrasse a ideia da sensitividade da paisagem a qual é definida como a probabilidade de uma mudança nos controles do sistema ou nas forças aplicadas sobre ele, produzir respostas sensíveis, reconhecíveis, sustentáveis, contudo complexas. A análise da sensitividade da paisagem foi realizada para a bacia do riacho do Saco, sertão central de Pernambuco, tendo como cidade principal Serra Talhada, apresentando uma área de 142,5 km². A bacia apresenta uma variação altimétrica entre 409 e 1118 metros, essa amplitude gera uma variação paisagística de modo que a bacia apresenta paisagens sub-úmidas agrícolas na área superior, e paisagens semiáridas de pecuária na área inferior. A análise utilizou dados de MDE, imagens de satélite, climáticos e hidrológicos, além de informações obtidas em campo. De forma geral, relacionou-se a força de distúrbio disponível para cada ponto com a resistência a mudanças daquele ponto, dessa forma a energia de distúrbio foi avaliada a partir da relação de acumulação de água (massa) com a declividade do trecho (velocidade), e a resistência a partir das características da cobertura superficial (leito e margem fluvial e solos das encostas) e da cobertura vegetal. A sensitividade dos trechos fluviais foi separada em alta, média e baixa sensitividade, devido ao uso de uma metodologia que possibilitou a gradação; enquanto que para as áreas de encosta foram identificados apenas as áreas de alta sensitividade. Sinteticamente, as áreas que apresentam alta sensitividade são caracterizadas por maior precipitação, concentração de fluxo, cobertura superficial arenosa, sem vegetação, e, muitas vezes, formação de voçorocas. A modificação da dinâmica superficial nas encostas afeta diretamente os trechos aluviais onde há preenchimento sedimentar do vale. Tais trechos tendem a responder às modificações nas encostas, quando essas têm sua vegetação associada removida, podendo haver ajustes laterais ou verticais, especialmente incisões verticais em áreas de aquífero aluvial, importante fonte da água para a comunidade local. Essas considerações têm sua importância aumentada visto que o complexo ambiental e a organização de uso e ocupação da bacia são típicos para o semiárido brasileiro, em especial para os enclaves sub-úmidos, áreas de grande importância econômica e ambiental para a região.
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