Praias de matacões, praias de blocos e campos marinhos de blocos

Autores

DOI:

https://doi.org/10.20502/rbg.v23i4.1785

Palavras-chave:

costa rochosa, dinâmica costeira, praias de matacão, campo marinho de blocos

Resumo

 O objetivo deste trabalho é apresentar parâmetros para auxiliar na classificação dos depósitos de fragmentos de rochas do litoral brasileiro, que podem ser praias de calhaus, praias de matacões, praias de blocos e campos marinhos de blocos. Aproximadamente 800 km de costa rochosa brasileira são cobertos por esses tipos de depósitos. Foram estudados 32 nas depósitos regiões Sul e Sudeste e nas ilhas oceânicas brasileiras. A maior parte não apresenta estrutura de praia, foram originados pelo retrabalhamento dos depósitos de tálus, ou pela fragmentação local do embasamento cristalino e, por isso, são denominados de campo marinho de blocos. Em muitas áreas são formadas praias de matacões com perfis de seleção por tamanho dos clastos pelas ondas de tempestades, no perfil mar-terra. Algumas praias também mostram seleção no sentido longitudinal. Elas apresentam perfis de rampa com inclinação de até 27 . Foi analisada ainda a morfometria dos matacões e blocos, e algumas das praias estudadas apresentaram imbricamento dos clastos que mostram a direção dos fluxos. Observouse que ondas de 3 m de altura, em certas circunstâncias, podem transportar por saltação matacões com mais de 800 kg. Foi diagnosticado que ondas de tempestades extremas no litoral de Santa Catarina transportaram blocos de até 230 toneladas. Levantamentos de campo indicam que na zona de espraiamento das ondas, os fragmentos de rocha com forma muito angular podem levar menos de 60 anos para se tornarem subarredondados e arredondados.

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Biografia do Autor

Antonio Paulo Faria, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Departamento de Geografia, Instituto de Geociências, Geomorfologia Costeira e Fluvial

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Publicado

01-10-2022

Como Citar

Faria, A. P. (2022). Praias de matacões, praias de blocos e campos marinhos de blocos. Revista Brasileira De Geomorfologia, 23(4), 1775–1791. https://doi.org/10.20502/rbg.v23i4.1785

Edição

Seção

Artigos