OS ALVÉOLOS GRANÍTICOS DO PORTUGAL CENTRAL: MORFOGÊNESE E ANÁLISE TIPOLÓGICA DO MODELADO DE DEGRADAÇÃO DAS SUPERFÍCIES APLANADAS.
DOI:
https://doi.org/10.20502/rbg.v15i4.557Palavras-chave:
Geomorfologia granítica, Portugal Central, tipologia alveolar, génese e evolução.Resumo
As bacias de meteorização química de escala média, ou “alvéolos graníticos” quando entendidos no sentido que Alain Godard lhe conferiu, constituem-se como um dos elementos fundamentais na interpretação da morfologia granítica portuguesa, em particular na compreensão da degradação das superfícies aplanadas que são um dos principais traços morfológicos do Portugal Central. Em termos morfológicos, assumem-se como bacias arredondadas, relativamente circunscritas, revestidas por um manto de alteração com espessura variável e com uma dimensão que vai desde as centenas de metros até à dimensão quilométrica.
A alveolização é o resultado de um compromisso morfogenético entre fases de alteração química em clima tropical húmido e fases de ablação em clima subtropical seco, pelo que a sua génese se encontra associada a fatores morfoestruturais, enquanto a sua diferenciação se deve, no essencial, a fatores morfoclimáticos. A similaridade das condições de base estruturais nos diferentes sectores do Maciço Hespérico aponta para uma justificação em termos da eficácia dos processos morfogenéticos, em particular da meteorização química, no quadro das diferenças observadas em torno das condições climáticas (atuais e passadas), para a compreensão da manifesta diferença observada entre as formas alveolares do litoral e do interior. A existência de vários tipos de alvéolos – elementares, complexos, corredores de erosão e mistos – mostra que outros fatores, tais como a proximidade do nível de base ou as dimensões das bacias hidrográficas, têm de ser tomados em consideração na compreensão do processo de alveolização no Portugal Central no cenozoico e início do Pleistocénico.
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