DATAÇÃO POR LUMINESCÊNCIA OPTICAMENTE ESTIMULADA (LOE) NAS CRISTAS DE PRAIA DO DELTA DO RIO PARAÍBA DO SUL (RJ): CONSIDERAÇÕES SOBRE A EVOLUÇÃO GEOMORFOLÓGICA ENTRE O PLEISTOCENO SUPERIOR E O HOLOCENO
DOI:
https://doi.org/10.20502/rbg.v20i3.1620Palavras-chave:
Delta dominado por ondas, geocronologia, LOE, variações do nível do marResumo
As cristas de praia são feições arenosas construídas pela ação das ondas que marcam posições pretéritas da linha de costa, em função de flutuações no nível do mar e condições de aporte sedimentar, sendo comumente encontradas nas áreas de influência de deltas dominados por ondas. Recentemente elas têm sido datadas pelo método da Luminescência Opticamente Estimulada (LOE), o que tem permitido a reconstrução paleogeográfica de planícies costeiras durante o Quaternário. Além disso, essas cristas também podem ser utilizadas como paleoindicadores de variações do nível do mar. No delta do rio Paraíba do Sul (RJ), os principais modelos de evolução geomorfológica foram construídos a partir de idades obtidas por radiocarbono, cujas cristas de praia nem sempre fornecem materiais para a datação. Nesse sentido, o objetivo do presente trabalho é investigar a geocronologia das cristas de praia do delta do rio Paraíba do Sul, a partir do método da LOE. Foram coletadas 11 amostras no flanco norte do delta, e 10 amostras no flanco sul. Todas as amostras foram analisadas a partir do Protocolo SAR, com 15 alíquotas cada. Os resultados corroboraram muitas discussões anteriormente debatidas, a partir de idades estabelecidas por radiocarbano. Porém, os novos resultados de idades LOE estabelecidos diretamente a partir das cristas de praia levantaram novas questões acerca da evolução do delta. No flanco norte, a idade N3 (4.130 ± 580 anos) marca o início da progradação da planície, como resposta ao aporte sedimentar do rio Paraíba do Sul e a diminuição do nível relativo do mar após o Máximo Transgressivo do Holoceno. Os dados geomorfológicos e topográficos mostram que essa progradação foi gerada a partir de regressão forçada. As idades N1 (38.650±3.170 anos) e N2 (9.400±1.300 anos) mostram que o Pleistoceno Superior e a transição entre o Pleistoceno/Holoceno precisam ser melhor investigados. No flanco sul, a datação nas cristas próximas aos truncamentos erosivos sugere que os ciclos erosivos ou de interrupção da progradação podem ultrapassar um século. As estimativas das taxas de progradação mostram que as taxas foram mais rápidas no flanco sul do que o flanco norte, apresentando cerca de 5,0 m/ano e 3,0 m/ano, respectivamente. Esse resultado sugere a possibilidade de uma segunda fonte sedimentar, além do rio Paraíba do Sul, responsável pela construção da planície no flanco sul.
Downloads
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autor(es) conservam os direitos de autor e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite a partilha do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.