CARACTERIZAÇÃO DE FEIÇÕES MORFOLÓGICAS NO CANAL DO RIO JAGUARIBE: TRECHO LIMOEIRO DO NORTE-QUIXERÉ
DOI:
https://doi.org/10.20502/rbg.v21i2.1531Palavras-chave:
Dinâmica fluvial, Barras e ilhas, Rios Semiáridos.Resumo
Os sucessivos eventos de erosão, transporte e deposição de sedimentos que ocorrem nos rios proporcionam a formação e evolução de feições morfológicas no canal e na planície de inundação, com características morfológicas recorrentes a região onde está inserida. Ainda que haja estudos de rios localizados no clima semiárido, com padrão entrelaçado e anabranching, principalmente na Austrália, existe uma carência metodológica para rios semiáridos brasileiro. A produção acadêmica sobre barras e ilhas está concentrada nos ambientes fluviais localizados em clima tropical, subtropical e temperado, baseado nesse contexto, o trabalho tem como objetivo analisar as características morfológicas de barras e ilhas no rio Jaguaribe-CE, trecho que vai da passagem molhada da barragem das pedrinhas no Município de Limoeiro do Norte até a passagem molhada de Sucurujuba em Quixeré, com recorte temporal 2001 a 2016 (16 anos). Para isso, o trabalho foi estruturado a partir de uma lógica sistêmica, com etapas de caracterização da área de estudo; trabalho de campo para levantamento fotográfico e coleta de sedimentos; fase de laboratório para análise granulométrica através dos processos de peneiramento mecânico e pipetagem; e etapa de gabinete destinada à coleta de dados de chuva e vazão e ao sensoriamento remoto e geoprocessamento. Os resultados obtidos através da análise das imagens orbitais mostraram que as principais mudanças evolutivas referentes ao crescimento da área observada aconteceram entre 2014 e 2016, período correspondente à seca prologada no Ceará, que teve início em 2012. Verificou-se que as ilhas mais largas possuem tendência de sedimentação lateral superior, devido ao barramento de fluxo que o próprio depósito faz. No que refere as barras laterais, foi observado que sua gênese é resultado de processos distintos, registrados em períodos chuvosos como 2009, provocando a redistribuição sedimentar de partículas por todo o leito, e em anos secos como 2016, pela exposição de bancos arenosos antes submersos que faziam parte do leito molhado. As barras de planície, em sua totalidade, apresentaram crescimento areal em 100% dos depósitos, devido sua resistência frente a processos erosivos. Ademais, considerou-se necessária a adoção de classificações terminológicas pautados em características morfológicas para climas semiáridos, visto que, a má interpretação dos termos pode alterar os resultados da pesquisa.
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