INFLUÊNCIA DE FLORESTA SECUNDÁRIA E GRAMÍNEA NA DEFLAGRAÇÃO DE DESLIZAMENTOS TRANSLACIONAIS RASOS EM NOVA FRIBURGO, RIO DE JANEIRO

Autores

  • Maria Clara de Oliveira Marques Departamento de Geografia, Universidade Federal do Rio de Janeiro.
  • Ana Luiza Coelho Netto Departamento de Geografia, Universidade Federal do Rio de Janeiro.
  • Anderson Mululo Sato Instituto de Educação de Angra dos Reis, Universidade Federal Fluminense.

DOI:

https://doi.org/10.20502/rbg.v19i4.1479

Palavras-chave:

hidrologia, deslizamentos, movimentos de massa

Resumo

A Serra do Mar apresenta ainda um dos maiores remanescentes contínuos de Mata Atlântica sendo caracterizada ao mesmo tempo pela recorrência dos movimentos de massa associados às chuvas intensas. No desastre da região serrana (RJ), mais de 3.600 deslizamentos foram deflagrados, dos quais 24,6% ocorreram em coberturas de gramíneas, enquanto 54,8% ocorreram em coberturas de florestas. Esse trabalho teve como objetivo analisar a influência dessas vegetações no controle da umidade do solo para o entendimento da deflagração dos deslizamentos nas chuvas intensas. Duas encostas foram selecionadas em Nova Friburgo (RJ) para o monitoramento da precipitação, interceptação e sucção nas profundidades de 5, 20, 50, 100, 150 e 220 cm, que também foram analisadas em relação a biomassa e comprimento de raízes grossas (> 2 mm) e finas (< 2 mm) e em relação as propriedades físicas do solo (granulometria, estabilidade de agregados e porosidade). Os resultados demonstraram diferenças expressivas de biomassa e comprimento de raízes grossas entre a floresta (1785,0 g.m-3 e 40,1 m.m-3) e a gramínea (121,2 g.m-3 e 6,4 m.m-3). A biomassa de raízes finas foi parecida entre as vegetações, porém na gramínea foram encontradas até 100 cm, enquanto na floresta até 200 cm. Em relação às propriedades físicas do solo, a principal diferença foi encontrada na maior estabilidade de agregados e porosidade na floresta, refletindo a melhor estruturação do solo pelas raízes. A interceptação florestal foi de 19% da precipitação, indicando a recuperação dessa função hidrológica. As raízes florestais contribuíram para a entrada e retira de umidade ao longo de todo o perfil, ao passo que na gramínea as profundidades de 100, 150 e 220 cm apresentaram conservação da umidade (-20 kPa) durante todo o monitoramento. Nas fortes chuvas, entretanto, ambas as vegetações favoreceram a saturação do solo (-3 kPa) que na gramínea ocorreu até 50 cm, enquanto na floresta ocorreu a partir de 100 cm.

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Biografia do Autor

Maria Clara de Oliveira Marques, Departamento de Geografia, Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Bióloga e Mestre em Geografia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Associada ao Laboratório de Geo-Hidroecologia (GEOHECO/UFRJ).

Ana Luiza Coelho Netto, Departamento de Geografia, Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Professora Titular do Departamento de Geografia da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Coordenadora do Laboratório de Geo-Hidroecologia (GEOHECO/UFRJ).

Anderson Mululo Sato, Instituto de Educação de Angra dos Reis, Universidade Federal Fluminense.

Professor Adjunto do Departamento de Geografia e Políticas Públicas da Universidade Federal Fluminense. Coordenador do Grupo de Pesquisa em Desastres Sócio-Naturais (GDEN/UFF).

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Publicado

01-10-2018

Como Citar

Marques, M. C. de O., Coelho Netto, A. L., & Sato, A. M. (2018). INFLUÊNCIA DE FLORESTA SECUNDÁRIA E GRAMÍNEA NA DEFLAGRAÇÃO DE DESLIZAMENTOS TRANSLACIONAIS RASOS EM NOVA FRIBURGO, RIO DE JANEIRO. Revista Brasileira De Geomorfologia, 19(4). https://doi.org/10.20502/rbg.v19i4.1479

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