PADRÕES ESPACIAIS DO TRANSPORTE, PRODUÇÃO E VARIABILIDADE DE SEDIMENTOS SUSPENSOS DOS RIOS AMAZÔNICOS DE ÁGUAS BRANCAS
DOI:
https://doi.org/10.20502/rbg.v17i2.889Palavras-chave:
sistemas fluviais, regime climático Amazônico, regressão linearResumo
A produção e transporte de sedimentos suspensos são importantes processos geomorfológicos atuantes nos sistemas fluviais amazônicos, especialmente nos denominados Rios Amazônicos de Águas Brancas (RAAB). O estudo sintetizado neste artigo foca na representação e compreensão das variações espaciais do transporte de sedimentos desses rios. Este trabalho utilizou uma nova série de valores de concentração de sedimentos suspensos, estimados por meio de imagens do satélite Landsat 5/TM, para estender e preencher as séries de dados coletadas in situ. A partir dessa compilação de dados, foram geradas séries temporais de transporte de sedimentos suspensos para nove estações nos RAAB. Grandes rios amazônicos como o Amazonas, Solimões e Madeira possuem agora séries de aproximadamente 30 anos de dados de transporte de sedimentos suspensos de alta frequência temporal. Foram feitas análises sobre: i) diferenças regionais de produção e transporte de sedimentos; ii) variabilidade da produção de sedimentos nas escalas intranual e interanual; iii) relações entre variáveis espaciais, como latitude, longitude e área da bacia, e a produção de sedimentos e sua variabilidade. Os resultados obtidos permitem as seguintes conclusões em relação aos padrões espaciais e relações determinantes: i) quanto mais à jusante, e maior a área da bacia de drenagem, maior é o transporte de sedimentos, conforme uma relação logarítmica; ii) enquanto o transporte de sedimentos suspensos é maior nas estações de jusante, a produção média das bacias possui um padrão contrário, sendo maior nas estações de montante; iii) considerando toda a bacia, os menores valores de produção de sedimentos concentram-se no período entre os meses de agosto e outubro, e o período que possui os maiores valores é entre janeiro e março. A região que produz a maior quantidade de sedimentos é a bacia do alto rio Madeira, em que grande parte da massa é transportada no período chuvoso, entre os meses de janeiro a abril. Esta bacia, no entanto, possui valores extremamente baixos nos meses secos; iv) as estações que estão no centro da bacia possuem uma menor variabilidade temporal, tanto interanual quanto mensal. As variabilidades anuais e mensais possuem uma forte relação e foram explicadas pelas mesmas variáveis (área de drenagem e longitude). Os coeficientes da regressão linear mostram que, quanto maior a área da bacia, e quanto mais a oeste, menor a variabilidade temporal da produção de sedimentos.
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