ASPECTOS MORFODINÂMICOS EM PRAIAS DE ENSEADA: ESTUDO DE CASO EM ARMAÇÃO DOS BÚZIOS, BRASIL
DOI:
https://doi.org/10.20502/rbg.v17i2.841Palavras-chave:
Praias de Enseada, Morfodinâmica de Praias, Armação dos BúziosResumo
O segmento costeiro selecionado para o estudo sobre dinâmica de praias de enseada foi o cabo Búzios por se tratar de uma protuberância natural da linha de costa composta por praias de variados tamanhos e formas, orientadas e expostas às ondulações dos quadrantes nordeste ao sudoeste. A transformação das ondas em águas rasas expõe ou protege determinados segmentos das enseadas e esta exposição relativa e suas sucessões controlam os processos morfológicos, morfodinâmicos e morfossedimentares atuais, estando aí inclusos a distribuição e o transporte de sedimentos superficiais, as feições da praia e da antepraia e as respostas morfológicas dos perfis praiais frente a alternância de períodos de tempestade e tempo bom. O objetivo geral é diagnosticar os processos governantes da dinâmica costeira em praias de enseada. Os passos metodológicos adotados visaram: (a) determinar os principais padrões de circulação e transporte de sedimentos; (b) determinar as características morfodinâmicas; (c) entender à relação entre a exposição relativa das praias ao ataque das ondas; e (d) prognosticar os efeitos morfológicos que podem ser esperados nestes ambientes frente aos processos governantes. Os principais resultados indicam que as inconsistências verificadas entre o padrão de ondas e o registro de transporte de sedimentos podem ser atribuídas a uma condição de tri modalidade da circulação promovida por ondas, que são: (a) tempo bom com ventos soprando entre NNE (nor-nordeste) e ESE (leste-sudeste); (b) tempo bom com marulhos de sul ou de sudeste; (c) tempestade com ondas que variam entre su-sudeste (157°) até sudoeste (225°). As características morfodinâmicas dos perfis monitorados permitem classifica-los em ambientes de baixa energia e de alta energia que podem ser: (a) refletivos de baixa energia; (b) intermediários de baixa energia, sujeitos a eventos episódicos de tempestade; (c) dissipativos de baixa energia; e (d) intermediários de alta energia. As respostas destes ambientes quanto a um possível aumento na magnitude dos eventos extremos podem ser o desaparecimento sazonal dos ambientes intermediários de baixa energia e um recuo erosivo dos ambientes intermediários de alta energia. Estas respostas ocorrem em função direta do estoque de sedimentos. Por fim verificou-se que os limites ativos sobre a influência das ondas dentro das enseadas podem ser determinados entre 1 e 6m de profundidade em todas as áreas tidas como de baixa energia no cabo Búzios; já nas áreas sujeitas à alta energia de ondas este limite ocorre em profundidades superiores a 20m.
Downloads
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autor(es) conservam os direitos de autor e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite a partilha do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.