APLICAÇÃO DE DADOS ERS, ENVISAT E SENTINEL PARA DETECÇÃO DE MUDANÇAS NOS AMBIENTES COSTEIROS AMAZÔNICOS

Autores

  • Ulisses Silva Guimarães Universidade Estadual Paulista Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia
  • Igor da Silva Narvaes Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais / Centro Regional da Amazônia (INPE/CRA) Parque de Ciência e Tecnologia do Guamá, 2651, CEP 66077-830 - Belém, PA, Brasil
  • Maria de Lourdes Bueno Trindade Galo Universidade Estadual Paulista / Faculdade de Ciências e Tecnologia (UNESP/FCT) Rua Roberto Simonsen, 305, CEP 19060-900 - Presidente Prudente, SP, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.20502/rbg.v18i2.998

Palavras-chave:

Ambientes Costeiros Amazônicos, Radar de Abertura Sintética e Detecção de Mudanças.

Resumo

Ambientes costeiros são naturalmente vulneráveis a processos morfodinâmicos como erosão e deposição de sedimentos e essa condição se intensifica em condições tropicais úmidas. A costa amazônica é marcada pela elevada descarga de sedimentos e água doce sob influência do rio Amazonas e caracterizada por uma ampla plataforma continental, extensas planícies inundáveis e planaltos mais elevados formados em rochas sedimentares mais antigas. O presente estudo apresenta uma abordagem para mapeamentos morfológicos e detecção de mudanças em zonas costeiras, baseado em dados de radar de abertura sintética (Synthetic Aperture Radar-SAR) em banda C, em áreas com intensa dinâmica costeira e de constante cobertura de nuvens. O método se baseia na cadeia de processamento SAR em amplitude aplicada a um perfil temporal de dados ERS-1/2, ENVISAT e SENTINEL-1A entre 1992 a 2015 e fornecidos pela European Space Agency (ESA). Os ambientes costeiros foram discriminados pela informação primária do coeficiente de retroespalhamento, e dados auxiliares derivados da textura de Haralick e índice de forma. As mudanças costeiras detectadas no período se estenderam por uma área de 646,15 km2, com balanço sedimentar erosivo em -2,32 km2 e sob a taxa de -0,10 km2.ano-1. O perfil temporal de mudanças costeiras está em equilíbrio e apresentou condição erosiva no período de 1992 a 1993 e 1996 a 1999 e, enquanto que no período de 1993 a 2006 e 2006 a 2015 ocorreu uma condição de acresção. A acurácia do mapeamento dos ambientes e das mudanças costeiras resultaram, respectivamente, em exatidão global de 78,35% e 48,54%, e coeficiente Kappa de 0,65 e 0,32. Os dados ERS, ENVISAT e SENTINEL permitiram mapear satisfatoriamente as mudanças morfológicas no relevo plano e dinâmico da costa amazônica, devido à disponibilidade de uma série histórica de imagens SAR em banda C, com polarização vertical paralela e incidência de íngreme a rasante. Tal aplicação foi essencial ao monitoramento sistemático de linha de costa em escala espacial regional (1:250.000) e escala temporal eventual (anual a decadal)

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Ulisses Silva Guimarães, Universidade Estadual Paulista Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia

Técnico em Geodésia e Cartografia

Engenheiro Ambiental

Mestre em Geologia

Divsião de Sensoriamento Remoto 

Área de Sensoriamento Remoto por Microondas

Igor da Silva Narvaes, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais / Centro Regional da Amazônia (INPE/CRA) Parque de Ciência e Tecnologia do Guamá, 2651, CEP 66077-830 - Belém, PA, Brasil

Possui graduação em Engenharia Florestal pela Universidade Federal de Santa Maria (2000), mestrado em Engenharia Florestal pela Universidade Federal de Santa Maria (2004) e doutorado em Sensoriamento Remoto pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (2010). Atualmente é Pesquisador Adjunto - Padrão I, no Centro Regional da Amazônia (CRA) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Tem experiência na área de Geociências, com ênfase em Sensoriamento Remoto e Geoprocessamento, atuando principalmente nos seguintes temas: floresta tropical, sensoriamento remoto, inventário florestal e polarimetria.

Maria de Lourdes Bueno Trindade Galo, Universidade Estadual Paulista / Faculdade de Ciências e Tecnologia (UNESP/FCT) Rua Roberto Simonsen, 305, CEP 19060-900 - Presidente Prudente, SP, Brasil

Possui graduação em Engenharia Florestal pela Universidade Federal de Viçosa (1981), mestrado em Sensoriamento Remoto pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (1988) e doutorado em Ciências da Engenharia Ambiental pela Universidade de São Paulo (2000). Atualmente é professor assistente da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, cursos de graduação em Engenharia Cartográfica e Engenharia Ambiental. É credenciada no Programa de Pós-graduação em Ciências Cartográficas da Unesp, Campus de Presidente Prudente. Tem experiência na área de Geociências, com ênfase em Sensoriamento Remoto, atuando principalmente nos seguintes temas: análise de imagens multiespectrais e classificação de imagens e inferência espacial por Redes Neurais Artificiais. Tem particular interesse no Sensoriamento Remoto da água e recursos terrestres, bem como na inferência de pigmentos fitoplanctônicos e cianobactérias por meio meio de espectrorradiometria e fluorimetria de campo. Tem atuado na revisão de artigos para o Boletim de Ciências Geodésicas, Revista Planta Daninha, Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental e Revista Brasileira de Cartografia e Anais da Academia Brasileira de Ciências.

Downloads

Publicado

30-05-2017

Como Citar

Guimarães, U. S., Narvaes, I. da S., & Galo, M. de L. B. T. (2017). APLICAÇÃO DE DADOS ERS, ENVISAT E SENTINEL PARA DETECÇÃO DE MUDANÇAS NOS AMBIENTES COSTEIROS AMAZÔNICOS. Revista Brasileira De Geomorfologia, 18(2). https://doi.org/10.20502/rbg.v18i2.998

Edição

Seção

Artigos