AVALIAÇÃO DA SUSCETIBILIDADE À RUTURA E PROPAGAÇÃO DE FLUXOS DE DETRITOS NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO ZÊZERE (SERRA DA ESTRELA, PORTUGAL)
DOI:
https://doi.org/10.20502/rbg.v18i1.985Palavras-chave:
fluxos de detritos, suscetibilidade à rutura, avaliação da propagaçãoResumo
Na avaliação da suscetibilidade a movimentos de vertente, a cartografia produzida deverá integrar não só as áreas de iniciação do movimento, como também aquelas potencialmente atingidas pelo material mobilizado. Este objetivo é alcançado através da separação da análise da suscetibilidade em duas componentes distintas: (i) a primeira componente, que é também a mais explorada na literatura, corresponde à modelação das áreas de iniciação do movimento; (ii) a segunda componente refere-se à modelação das respetivas áreas de propagação, utilizando, como input, os mapas com a delimitação das potenciais áreas de rutura. Neste trabalho é feita a avaliação da suscetibilidade à ocorrência de fluxos de detritos na bacia hidrográfica do rio Zêzere (Serra da Estrela, Portugal). Para a identificação das potenciais áreas de rutura recorreu-se a um método estatístico bivariado (Valor Informativo) e a simulação das áreas afetadas pela passagem e deposição do material transportado foi sustentada por um algoritmo hidrológico simples (D-infinity downslope influence). A área abaixo da curva (AUC), determinada no âmbito da validação dos modelos de Valor Informativo, apresenta valores compreendidos entre 0,94 e 0,96, o que indica uma excelente capacidade preditiva. As variáveis preditivas com maior relevância na ocorrência de áreas de rutura de fluxos de detritos correspondem às áreas ardidas em 2005, declives superiores a 30°, espessura do solo inferior a 75 cm e perfil transversal côncavo. Na validação do modelo de propagação do material mobilizado, a partir das 36 áreas de rutura que constituem o inventário de movimentos, obteve-se uma taxa de verdadeiros positivos de 80,5%, o que reflete um bom desempenho do modelo.
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