ALTERAÇOES DA MORFOLOGIA EM PLANTA DE UMA PRAIA DE ENSEADA APÓS A INSTALAÇÃO DE ESTRUTURAS RÍGIDAS: O CASO DE ITAIPAVA, ESPÍRITO SANTO
DOI:
https://doi.org/10.20502/rbg.v17i2.838Palavras-chave:
modelo parabólico, praia de enseada, morfodinâmica praialResumo
Praias de enseada tendem a ter sua forma em planta em equilíbrio estático quando as ondas incidentes mais frequentes são controladas pelo processo de difração em torno dos promontórios que as limitam. Este equilíbrio é interrompido com a alteração do ponto de difração, como no caso de implementação de estruturas rígidas. O artigo apresenta um estudo de caso realizado na praia de Itaipava, localizada no distrito de Itapemirim, Espírito Santo, Brasil, onde foi construído um quebra-mar com a finalidade de ampliar a capacidade de suporte portuário nesta localidade. O estudo teve como objetivo reconstituir a evolução morfológica da praia e discutir os efeitos morfodinâmicos decorrentes da implementação do quebra-mar. Os métodos utilizados incluíram a superposição de imagens aéreas na determinação da evolução da linha de costa nas últimas 4 décadas (1970-2013). A partir da aplicação do modelo parabólico de enseada baseado em Hsu e Evans (1989), da análise dos dados de ondas e de perfis de praia foi possível compreender as alterações ocorridas ao longo dessa porção do litoral. O estudo concluiu que após a construção das estruturas ocorreram significativas mudanças na planta da praia. Os resultados indicaram que a porção norte da praia, sob efeito direto das intervenções, encontrava-se em equilíbrio estático antes da intervenção, contudo agora encontra-se na condição de equilíbrio dinâmico, com intensificação da deriva longitudinal, retirada e transporte de sedimentos da porção central da praia rumo ao porto. Desta forma, tanto o recuo da porção central quanto a sedimentação na porção protegida da praia prejudicaram as atividades econômicas da região, como o turismo e a pesca. Já o setor sul manteve sua tendência à progradação. A aplicação do modelo parabólico de planta de enseadas e a análise de dados morfodinâmicos permitiram compreender como se deu o processo adaptativo, e poderiam ter sido utilizados antes da intervenção no sentido de prever as consequências.
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