MORFODINÂMICA ESTUARINA E VARIAÇÕES DO DELTA DE MARÉ-VAZANTE NO RIO VAZA-BARRIS, SE, BRASIL

Autores

  • Luana Santos Oliveira Universidade Federal de Sergipe
  • Rosemeri Melo e Souza Universidade Federal de Sergipe

DOI:

https://doi.org/10.20502/rbg.v16i4.787

Palavras-chave:

barras arenosas, bypassing de sedimentos, sedimentação costeira

Resumo

As linhas de costa que são contíguas às desembocadura fluviais, tendem a apresentar grandes variações no seu posicionamento, principalmente se estiveram sob influência de deltas de maré-vazante. Dentro deste contexto, destaca-se a desembocadura do rio Vaza-Barris no estado de Sergipe, sob influência de um delta de maré-vazante, que torna a linha de costa das adjacências extremamente instáveis. À vista disso, o presente trabalho teve por escopo analisar evolução da desembocadura do rio Vaza-Barris, associado à influência do delta de maré-vazante nas variações do posicionamento da linha de costa. A pesquisa também se incumbiu de avaliar os perigos e riscos que estes ambientes podem oferecer diante da elevada dinamicidade. A metodologia consistiu no mapeamento dos bancos arenosos e da linha de costa a partir da linha de preamar de1831; de cartas náuticas (1868); de fotografias aéreas (1965, 1971, 1978 e 1986); de imagens de satélite QuickBird (2003, 2008 e 2014) e imagens de satélite Rapideye (2010 e 2014). O mapeamento e a interpolação dos dados foram realizados no programa de geoprocessamento ArcGis 10.2.1. Constatou-se que o modelo evolutivo que mais se aproxima da desembocadura do Vaza-Barris é o “Rompimento da Plataforma do Pontal” (Spit Platform Breaching). Os resultados obtidos mostraram que as linhas de costa das áreas adjacentes à referida desembocadura apresentaram elevada variabilidade. A comparação entre o posicionamento da linha de costa ao longo dos últimos 50 anos apontou que a barlamar houve tendência geral à progradação, com avanços variando entre 200 e 600m. Enquanto que a sotamar, identificou-se tendência geral à erosão, com recuos de até aproximadamente 1000m. Destaca-se que, apesar da tendência geral observada dentre o período de análise, houve eventos de sedimentação e erosão de menores proporções em ambas as margens da desembocadura. Esta elevada dinamicidade foi atribuída à dinâmica do delta de maré-vazante defronte à desembocadura do referido rio. Foi verificada uma estreita relação entre a proximidade ou distância dos bancos arenosos, aos processos de progradação ou erosão da linha de costa, respectivamente. Tal estudo revelou que as áreas próximas à desembocadura estudada apresentam perigos à ocupação, em função da elevada vulnerabilidade à erosão costeira. Apesar da não existência de ocupação efetiva, as proximidades da desembocadura tem se constituído alvo da especulação imobiliária, o que a classifica como área de riscos em potencial. Destarte, tal estudo expõe a importância do conhecimento da dinâmica das desembocaduras fluviais associadas à dinâmica do delta de maré-vazante na configuração da linha de costa, para fins de planejamento ambiental.

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Biografia do Autor

Luana Santos Oliveira, Universidade Federal de Sergipe

Doutoranda em Geografia pelo Programa de Pós-Graduação em Geografia pela Universidade Federal de Sergipe.

Rosemeri Melo e Souza, Universidade Federal de Sergipe

Prof.ª Dr.ª do Departamento de Engenharia Ambiental da Universidade Federal de Sergipe. Professora do Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal de Sergipe.

 

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Publicado

31-10-2015

Como Citar

Oliveira, L. S., & Souza, R. M. e. (2015). MORFODINÂMICA ESTUARINA E VARIAÇÕES DO DELTA DE MARÉ-VAZANTE NO RIO VAZA-BARRIS, SE, BRASIL. Revista Brasileira De Geomorfologia, 16(4). https://doi.org/10.20502/rbg.v16i4.787

Edição

Seção

Artigos