Perfis de relevo e índices geomorfométricos na análise evolutiva do escarpamento da Serra dos Órgãos (RJ)
DOI:
https://doi.org/10.20502/rbgeomorfologia.v24i4.2348Palavras-chave:
Índices Geomorfométricos, Perfis de Relevo, Fator X, Serra dos ÓrgãosResumo
O presente artigo tem por objetivo investigar a evolução do escarpamento da Serra dos Órgãos nos últimos milhares de anos através de análises morfológicas e geomorfométricas, realizadas por meio de perfis topográficos, mapeamento de níveis de base locais (knickpoints), perfis longitudinais de drenagem e cálculos do fator Chi (χ). Estas análises buscaram avaliar o grau de “instabilidade” dos canais de drenagem e da direção de migração dos divisores de drenagem. Ao todo foram identificados 130 knickpoints, sendo boa parte deles, 67 ao todo, associados à unidade Suítes Graníticas, tanto para a vertente escaparda quanto para o Planalto Reverso. Além disso, estes knickpoints são encontrados nas porções mais elevadas da área de estudo, podendo ser identificados acima dos 1.000 m de altitude. A distribuição altimétrica das unidades litológicas indica controle dos granitos na manutenção das porções mais elevadas, podendo atingir 2.200 m de altitude, assim como nos perfis de relevo elaborados indicam controle litológico dos granitos na manutenção da morfologia escarpada e do divisor hidrográfico da Serra dos Órgãos. Os perfis de relevo e longitudinais aos canais fluviais realizados apontam que bacias que drenam para o planalto interiorano possuem maior número de níveis de base locais, 101 ao todo, e foram interpretados como encontrando-se em estágio de maior “desequilíbrio” erosivo do que as bacias da frente escarpada, que apresentou apenas 29 knickpoints. Eventos tectônicos recentes podem ser sugeridos a partir dos perfis elaborados, influenciando diretamente nas características geomorfológicas e geomorfométricas da área de estudo. Os perfis de canais situados na vertente oceânica da Serra dos Órgãos sugerem canais fluviais em graus avançados de processos erosivos, dados pela conformação côncava dos perfis típicos de rios “equilibrados”; no entanto, pelos valores do fator Chi (χ) estas drenagens permanecem apresentando maior potencial erosivo das cabeceiras frente às bacias voltadas para o planalto reverso indicando, portanto, mecanismos de rearranjos de drenagem e de migração do divisor.
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