Evidências de captura fluvial no semiárido setentrional brasileiro: o caso do divisor entre os rios Acaraú e Aracatiaçu

Autores

DOI:

https://doi.org/10.20502/rbg.v23i2.2047

Palavras-chave:

Semiárido setentrional brasileiro, rearranjos de drenagem, sensoriamento remoto.

Resumo

Rearranjos de drenagem têm sido investigados e descritos em boa parte do território brasileiro desde meados dos anos 1960. A grande exceção é a região semiárida, principalmente o Nordeste Setentrional, onde as interpretações vigentes entendem que as bacias hidrográficas da região se organizam graças à antecedência e/ou superimposição. Entretanto, até essa região apresenta anomalias fluviais que tipificam processos de rearranjos de drenagem. Algumas dessas anomalias se localizam no divisor hidrográfico entre as bacias dos rios Acaraú e Aracatiaçu no semiárido cearense. Essas anomalias foram investigadas por meio de sensoriamento remoto, de geoprocessamento e de análise em campo de evidências geomorfológicas. Os resultados obtidos indicam que parte de um paleo alto curso da bacia hidrográfica do rio Aracatiaçu foi pirateada para a do rio Acaraú. Esse processo transferiu alguns milhares de km² de área entre as bacias hidrográficas e reorganizou toda a rede de drenagem da região investigada. A identificação dessa grande captura fluvial sugere que processos de pirataria fluvial podem ter papel ativo na modelagem do relevo e na organização das bacias hidrográficas do semiárido brasileiro, demonstrando a importância do tema para os modelos de evolução geomorfológicos propostos para a região.

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Biografia do Autor

Wesley Feitosa Rodrigues, Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG

Doutorando em Geografia pela Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG, mestre em Geografia pela Universidade Federal do Ceará - UFC e bacharel em Geografia pela Universidade Estadual do Ceará - UECE. Integrou o Laboratório de Geomorfologia Costeira e Continental - LAGECO/UFC. Foi bolsista no Programa de Monitoria Acadêmica - PROMAC/UECE, onde foi monitor da disciplina de Geografia Ambiental. Participou como bolsista voluntário do Laboratório de Estudos Morfoestruturais e Pedológicos - LEMEP/UECE e do Laboratório de Geoprocessamento - LABGEO/UECE. Estagiou no Instituto de Pesquisa e Estatística Econômica do Ceará - IPECE, trabalhando na Gerência de Estatística, Geografia e Informação - GEGIN. Possui ênfase em conhecimentos voltados para a Geografia Física, Geomorfologia, Planejamento Ambiental, Diagnóstico Geoambiental e Meio ambiente; com experiência em técnicas de Cartografia, Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto.

André Augusto Rodrigues Salgado, Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG

Bacharel em Geografia pela Universidade Federal de Minas Gerais (2000), mestrado em Geografia pela Universidade Federal de Minas Gerais (2002), doutorado em Evolução Crustal e Recursos Naturais pela Universidade Federal de Ouro Preto (2006) e em Geociences - Universite d'Aix-Marseille III (Droit, Econ. et Sciences)/França (2006). Pós-doutor em Geociências no Centro Europeu de Ensino e Pesquisa em Geociências (CEREGE)/França (2012) e em Lógica e Metafísica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2018/2019). Professor Associado da Universidade Federal de Minas Gerais, está vinculado aos Programas de Mestrado e Doutorado em Geografia da UFMG e da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Foi duas vezes vice-presidente (2011-2012; 2017-2020) e uma vez presidente (2013-2016) da União da Geomorfologia Brasileira (UGB). É co-líder do Grupo de Pesquisa em Geomorfologia e Recursos Hídricos da UFMG (Grupo RIVUS). Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq desde 2013, já coordenou projetos de cooperação internacional (CAPES-COFECUB) e foi professor visitante a convite do Mestrado em SIG e Ordenamento do Território da Faculdade de Letras da Universidade do Porto (Portugal) em 2017. Tem experiência na área de Geociências, com ênfase em Geomorfologia, atuando principalmente nos seguintes temas: evolução regional do relevo e geocronologia.

Rúbson Pinheiro Maia, Universidade Federal do Ceará - UFC

Geógrafo (UECE), Mestre em Geografia Física com ênfase em Geomorfologia (UFC), Doutor em Geodinâmica e Geofísica (UFRN). Atua na área de Geomorfologia com ênfase em Morfotectônica. Possui trabalhos nas áreas de morfotectônica de ambiente cárstico, em sistemas fluviais, em zonas de deformação e em maciços cristalinos. Participou do projeto de Mapeamento Geológico-Geomorfológico da Folha SB-24-X-D-I (Mossoró-RN) financiado pela CPRM (Serviço Geológico do Brasil) e do projeto de mapeamento/caracterização do carste (Porocarste) na Bacia Potiguar financiado pela Petrobrás. Participa do projeto Porocarste 3D financiado pela Shell. Integra o INCT (Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia) na área de Estudos Tectônicos. Ministrou disciplinas ligadas às Geociências na UFC (2005) UECE (2006/2007), FATEC-CE (2006/2008), UFRN (2011/2013). Atualmente é Professor de Geomorfologia da Universidade Federal do Ceará.

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Publicado

06-04-2022

Como Citar

Rodrigues, W. F., Salgado, A. A. R., & Maia, R. P. (2022). Evidências de captura fluvial no semiárido setentrional brasileiro: o caso do divisor entre os rios Acaraú e Aracatiaçu. Revista Brasileira De Geomorfologia, 23(2), 1334–1356. https://doi.org/10.20502/rbg.v23i2.2047

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