DINÂMICA GEOMORFOLÓGICA DE SÃO JOSÉ DOS AUSENTES (RS) NO QUARTENÁRIO TARDIO: EVIDÊNCIAS EM PALEOFUNDO DE VALE DE BAIXA ORDEM HIERÁRQUICA

Autores

  • Josielle Samara Pereira Universidade Estadual do Oeste do Paraná
  • Julio Cesar Paisani Universidade Estadual do Oeste do Paraná
  • Sani Daniela Lopes Paisani Universidade Estadual do Oeste do Paraná

DOI:

https://doi.org/10.20502/rbg.v21i2.1638

Palavras-chave:

Encosta, Estratigrafia, Colúvio, Paleossolo hidromórfico

Resumo

O presente artigo traz resultados referentes à dinâmica geomorfológica de São José dos Ausentes (RS) no Quaternário tardio, através de registros estratigráficos em paleofundo de vale de baixa ordem hierárquica colmatado. Para o referido estudo, adotou-se, conjuntamente, os critérios lito-, pedo-, alo- e cronoestratigráfico na seção estratigráfica representativa de seus materiais, bem como análises de isótopo estáveis do carbono e fitolítica. Estabeleceu-se a geocronologia pelos métodos de luminescência oticamente estimulada e 14C. A arquitetura da seção estratigráfica revelou três sequências coluviais, respectivamente do topo para a base: sequência coluvial superior pedogenizada, sequência coluvial intermediária e sequência coluvial basal; e uma sequência pedogenética hidromórfica, que se refere ao paleossolo hidromórfico localizado na base da seção. Ao todo foram individualizados 27 níveis pedoestratigráficos além da alterita de riolito. Constatou-se que durante o Último Interestadial (> 25.000 anos AP) a paisagem esteve em equilíbrio dinâmico, com dominante atuação da pedogênese, sob condições paleoambientais similares à moderna. Posterior a esse período houve a atuação da morfogênese atuando de maneira contínua, gerada pela intercalação entre, movimento de massa e escoamento superficial. O movimento de massa foi responsável pela sedimentação do fundo de vale. A partir de 19.150 anos AP a sedimentação perdeu intensidade e passou a predominar a erosão, como se observa através de incisão erosiva linear (paleovoçoroca) que truncou o material coluvial da seção estratigráfica. Após essa fase de erosão mecânica, a morfogênese retorna a registrar sedimentação comandada pelo escoamento superficial. A partir de 4.860 anos AP a morfogênese continuou atuando, dando origem à sequência coluvial superior, porém perdeu vigor favorecendo a melanização dos materiais propiciando a formação de epipedon, bem como deixou na paisagem uma morfologia similar à encosta suavemente inclinada para o eixo de baixa ordem hierárquica moderna. Diante do quadro evolutivo do paleofundo de vale entende-se que os fenômenos de pedogênese e morfogênese registrados expressam a dinâmica pela qual passou a paisagem geomorfológica de São José dos Ausentes (RS).

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Biografia do Autor

Josielle Samara Pereira, Universidade Estadual do Oeste do Paraná

Doutoranda do curso de pós-graduação em Geografia da Universidade Estadual do Oeste do Paraná, campus Francisco Bletrão. Membra colaboradora do Núcleo de Estudos Paleoambientais (NEPA)

Julio Cesar Paisani, Universidade Estadual do Oeste do Paraná

Docente da Universidade Estadual do Oeste do Paraná, campus Francisco Beltrão.  Professor pesquisador do Núcleo de Estudos Paleoambientais (NEPA)

Sani Daniela Lopes Paisani, Universidade Estadual do Oeste do Paraná

Bolsista técnica de laboratório da Universidade Estadual do Oeste do Paraná, campus Francisco Bletrão - Núcleo de Estudos Paleoambientais (NEPA)

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Publicado

01-04-2020

Como Citar

Pereira, J. S., Paisani, J. C., & Paisani, S. D. L. (2020). DINÂMICA GEOMORFOLÓGICA DE SÃO JOSÉ DOS AUSENTES (RS) NO QUARTENÁRIO TARDIO: EVIDÊNCIAS EM PALEOFUNDO DE VALE DE BAIXA ORDEM HIERÁRQUICA. Revista Brasileira De Geomorfologia, 21(2). https://doi.org/10.20502/rbg.v21i2.1638

Edição

Seção

Artigos

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