SUPERFÍCIES DE CIMEIRA DO PLANALTO DAS ARAUCARIAS – SUL DO BRASIL

Autores

  • Vitor Hugo Rosa Biffi Universidade Estadual do Oeste do Paraná - Campus de Francisco Beltrão
  • Julio Cesar Paisani Universidade Estadual do Oeste do Paraná - Campus de Francisco Beltrão

DOI:

https://doi.org/10.20502/rbg.v19i3.1336

Palavras-chave:

superfícies aplainadas, superfície de erosão, litoestrutura, etchplanação.

Resumo

No Sul do Brasil foram reconhecidas superfícies de cimeira que balizaram estudos de evolução do relevo na porção oriental dessa região, sobre terrenos cristalinos/cristalofilianos e borda da Bacia do Paraná. No que se refere a esta última, uma unidade geomórfica dominante no sul do Brasil, o Planalto das Araucárias, ainda carece de individualização e caracterização de superfícies de cimeira em mesoescala, tão pouco da compreensão do papel da litoestrutura no estabelecimento dessas possíveis superfícies dessa categoria. Diante disso, o presente artigo traz resultados da caracterização das superfícies de cimeira do Planalto das Araucárias. A identificação e caracterização das superfícies de cimeira do Planalto das Araucárias foram realizadas a partir de levantamento e elaboração de produtos cartográficos, que consistiu em quatro etapas: 1) elaboração de modelos digitais de terreno (Índice de Rugosidade do Terreno- IRT, relevo sombreado e hipsométrico) e perfis topográficos; 2) cotejamento desses primeiros com mapas geológicos e geomorfológicos; 3) interpretação e análise dos diferentes produtos gerados; e 4) aferição dos resultados com observações em campo. O produto gerado com o IRT, em conjunto com a imagem sombreada, permitiu distinguir três superfícies de cimeira no Planalto das Araucárias, aqui referidas como superfícies de Vacaria, Palmas/Caçador e Superfície de Pinhão/Guarapuava, entre 760 a +1300 m de altitude, as quais se encontram na borda leste desse planalto. O Índice de Rugosidade do Terreno revelou que tais superfícies apresentam aspecto plano, embora dissecada, e com quatro a treze níveis altimétricos internos (embutidos). A espacialização das superfícies, a extração de perfis topográficos e o respectivo cotejamento com mapas geológicos e geomorfológicos permitiram avaliar o controle litoestrutural e a ocorrência de níveis geomórficos individualizados previamente na literatura. Verificou-se que as superfícies transpõem limites laterais dos derrames básicos, intermediários e ácidos, embora predominem sobre estes últimos. Isso leva a pensar que as superfícies de cimeira estão longe de serem consideradas como superfícies controladas apenas pela litologia, como aventada na literatura de forma generalizada para todo o território nacional. Igualmente, limites laterais das superfícies e níveis altimétricos internos das superfícies coincidem, em partes, com falhas/fraturas, apontando para controle neotectônico. A cobertura superficial caracterizada em trabalhos da literatura, aqui revisados, apontam para ação de etchplanação na evolução das superfícies de cimeira, sobretudo entre o Plioceno a Pleistoceno Médio, com remoção de coberturas preexistentes diante de variações climáticas no Quaternário Tardio.

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Biografia do Autor

Vitor Hugo Rosa Biffi, Universidade Estadual do Oeste do Paraná - Campus de Francisco Beltrão

Departamento de Geografia

Julio Cesar Paisani, Universidade Estadual do Oeste do Paraná - Campus de Francisco Beltrão

Departamento de Geografia

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Publicado

01-07-2018

Como Citar

Biffi, V. H. R., & Paisani, J. C. (2018). SUPERFÍCIES DE CIMEIRA DO PLANALTO DAS ARAUCARIAS – SUL DO BRASIL. Revista Brasileira De Geomorfologia, 19(3). https://doi.org/10.20502/rbg.v19i3.1336

Edição

Seção

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