DISTRIBUIÇÃO DAS FORMAS DE FUNDO E PADRÕES SEDIMENTARES NO PORTO DO MUCURIPE, FORTALEZA-CEARÁ

Autores

  • Antonio Rodrigues Ximenes Neto Universidade Estadual do Ceará Laboratório de Geologia e Geomorfologia Costeira e Oceânica- LGCO
  • Jader Onofre de Morais Universidade Estadual do Ceará Laboratorio de Geologia e Geomorfologia Costeira e Oceânica- LGCO http://orcid.org/0000-0003-3856-1287
  • Lidriana de Souza Pinheiro Universidade Federal do Ceará Instituto de Ciências do Mar/LABOMAR

DOI:

https://doi.org/10.20502/rbg.v19i2.1278

Palavras-chave:

Porto do Mucuripe, Canal de Acesso, Ecofácies.

Resumo

A ponta do Mucuripe apresenta desde a década de 1930 constantes alterações morfológicas nos setores emersos e submersos. A área de estudo é o setor submarino adjacente ao porto do Mucuripe em Fortaleza-CE, no qual foi realizada uma análise das repostas acústicas do substrato associado a constantes intervenções para o gerenciamento portuário. Classificou-se a morfologia submersa do porto do Mucuripe levando em consideração a visão integrada das condicionantes ambientais (processos, formas e intervenção antrópica) na construção da paisagem submarina. Foi utilizada sísmica de alta resolução, sonografia, e compilação de dados sedimentológicos. As respostas acústicas produto dos padrões de sedimentação e das formas submersas constituíram as ecofácies. A ecofácies I está associada a substratos lamosos (principalmente lama fluida) com refletores em subsuperfície, relacionado principalmente à bacia de evolução e canal de acesso portuário (áreas abrigadas pelo molhe do Titã). A ecofácies II possui camadas em subfundo bem compactas, onde não se observa nitidamente os refletores, está associada à evolução da ecofácie I e consequente compactação, também localizada em setores abrigados. Estas duas ecofácies apresentam o padrão morfológico de fundo plano como dominante, sendo interrompido apenas nos setores com marcas de dragagens – os canalículos. A ecofácies III apresenta alto coeficiente de reflexão, substrato relacionado à sand ripples e dunas subaquosas, associado predominantemente aos setores desabrigados do molhe. A ecofácies IV está associada a substratos rochosos e possui elevado backscattering, localiza-se no setor sul adjacente ao Píer. Como padrões morfológicos destacam-se as feições produto das dragagens no canal de acesso portuário e bacia de evolução – taludes, canalículos e montículos. Evidenciou-se o contraste granulométrico entre o canal e as adjacências, sendo que no setor desabrigado é observada a predominância de fundo arenoso com consequente presença de micro-feições – sand ripples e macro-feições – banco/dunas e na área abrigada o predomínio de sedimentos finos. Foi observado um objeto à semelhança de uma embarcação de pequeno porte naufragada nas proximidades do Píer. A presença de lama fluida, principalmente, dentro do canal no setor da bacia de evolução se deve ao aporte de sedimentos finos (<0,062mm) que se deposita devido à baixa hidrodinâmica (efeito “sombra” do molhe do Titã). O assoreamento constante no setor abrigado impõe o mapeamento dos setores de lama fluida. Este fato se torna de fundamental importância para gerenciar os locais em que necessitam de dragagens de manutenção, para garantir profundidades seguras para a mobilidade naval.

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Biografia do Autor

Antonio Rodrigues Ximenes Neto, Universidade Estadual do Ceará Laboratório de Geologia e Geomorfologia Costeira e Oceânica- LGCO

Geógrafo e Mestre. Tem experiência na área de Geociências, com ênfase em Geografia Física, atuando principalmente nos seguintes temas: sedimentologia e geomorfologia costeira e de plataforma continental; padrões de ecofácies em regiões portuárias; estratigrafia sísmica de vales incisos; indicadores geológico-geomorfológicos de variação do nível relativo do mar

Jader Onofre de Morais, Universidade Estadual do Ceará Laboratorio de Geologia e Geomorfologia Costeira e Oceânica- LGCO

Geólogo pela Universidade Federal de Pernambuco, Mestre em Marine Earth Sciences pelo Universidade de Londres; Doutor em Marine Geology na Faculty of Sciences University of London e Pós-Doutor em Geologia Ambiental no Royal Holloway and Bedford New College na University of London com bolsa do CNPq (1989-1992). Visiting Research Fellow na Universidade de Londres. Foi professor Titular da Universidade Federal do Ceará, e atualmente Professor Titular e Emérito  da Universidade Estadual do Ceará (UECE). Coordenador do  Laboratório de Geologia e Geomorfologia Costeira e Oceânica (LGCO) e do grupo Sistemas Costeiros e Oceânicos, que agrega pesquisadores de várias estados do país. Foi nomeado Diretor Cientifico e Diretor Presidente da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FUNCAP) Membro desde 1970 e atual Coordenador do Programa de Geologia e Geofísica Marinha- PGGM. Atualmente é Professor permanente nos Programas de Pós-Graduação em Ciências Marinhas Tropicais (PPGCMT-Labomar-UFC), em Geografia (PROPGEO-UECE) e Mestrado em Recursos Naturais da UECE (MARENA) orientando alunos de mestrado e doutorado. Tem experiência na área de Geologia e Geomorfologia Costeira e Marinha, Sedimentação costeira e marinha, evolução da zona costeira, impacto ambiental, geologia ambiental e aplicações no gerenciamento costeiro.

Lidriana de Souza Pinheiro, Universidade Federal do Ceará Instituto de Ciências do Mar/LABOMAR

Doutora em Oceanografia pela UFPE (2003),Mestre em Geografia da UECE (2000), Bacharel em Geografia (1999), Desde janeiro de 2009 é Professora do Instituto de Ciências do Mar da Universidade Federal do Ceará. Bolsista PQ-CNPq desde 2007. Atualmente exerce o cargo de Vice-diretora do Labomar e Coordenadora de Programas Acadêmicos do referido instituto. Foi Professora Adjunta da Universidade Estadual do Ceará, no período de 2003 a 2009 no qual foi Vice-Coordenadora (2005-2008) e Coordenadora (2008-2009) do Programa de Pós-Graduação em Geografia da UECE. Foi Vice-Coordenadora do Programa de Geologia e Geofísica Marinha-PGGM (2011-2015) Conselheira Titular do Conselho Estadual do Meioambiente (COEMA/SEMACE), Membro da Câmara Superior de Pesquisa da UECE, membro do Comitê de Assessoramento da Área de Ciências Exatas e da Terra da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Professora permanente do Programa de Pós-Graduação em Ciências Marinhas Tropicais (UFC) e do Programa de Pós-Graduação em Geografia (PROPGEO-UECE). Tem experiência na área de Geociências, atuando principalmente nos seguintes temas:Geomorfologia Costeira e Marinha, Oceanografia Geológica, Sedimentologia Marinha, Morfodinâmica, hidrodinâmica e transporte de sedimentos em zonas costeiras e Plataforma Interna, , Impacto e gestão de ambientes costeiros tropicais.

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Publicado

01-04-2018

Como Citar

Ximenes Neto, A. R., Morais, J. O. de, & Pinheiro, L. de S. (2018). DISTRIBUIÇÃO DAS FORMAS DE FUNDO E PADRÕES SEDIMENTARES NO PORTO DO MUCURIPE, FORTALEZA-CEARÁ. Revista Brasileira De Geomorfologia, 19(2). https://doi.org/10.20502/rbg.v19i2.1278

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