Níveis de terraços fluviais e depósitos sedimentares correlativos no alto vale do rio das velhas, Quadrilátero Ferrífero, MG

Resumo

O alto vale do Rio das Velhas está inserido nos limites do Quadrilátero Ferrífero. A rede de drenagem reflete o forte controle litoestrutural e apresenta canais com feições típicas de ambientes montanhosos. Este trabalho visou investigar a geomorfologia fluvial da área em dois contextos temporais a saber: a história da evolução fluvial pretérita evidenciada pelos paleoníveis deposicionais (níveis de terraços); e a dinâmica fluvial recente, evidenciada pelo nível de planície e pelo ambiente de leito. A partir da investigação dos níveis e sequências deposicionais associadas pretendeu-se apresentar um panorama da geomorfologia fluvial do alto Rio das Velhas, o qual ainda não possuía nenhum estudo deste gênero. Foram identificados quatro níveis deposicionais aluviais, sendo três níveis de terraços – Nível Superior (T3), Nível Intermediário (T2) e Nível Inferior (T1) – e um Nível de planície. Os registros sedimentares dos terraços mais antigos são pouco representativos e fragmentados espacialmente . Os níveis apresentam tipologias variadas – escalonado, embutido, de recobrimento – refletindo o condicionamento neotectônico ao longo do Vale que associa o soerguimento do Escudo Brasileiro com a movimentação diferencial de blocos. Nos pontos de movimentação mais intensa, o Nível de Terraço Inferior e o Nível de planície são do tipo escalonado em relação aos níveis imediatamente mais antigos, enquanto nos blocos mais estáveis os níveis encontram-se embutidos ou o Nível de Terraço Inferior é de recobrimento.