GEOMORFOLOGIA, SEDIMENTAÇÃO E PROCESSOS ATUANTES NA LAGOA DE MARICÁ, RIO DE JANEIRO

Autores

  • Carolina Pereira Silvestre Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Dinâmica dos Oceanos e da Terra do Departamento de Geologia e Geofísica da Universidade Federal Fluminense (UFF). Av. Gen. Milton Tavares de Souza s/nº, Gragoatá, Campus da Praia Vermelha, Niterói, RJ, CEP 24210-346. E-mail: cps_silvestre@hotmail.com
  • André Luiz Carvalho da Silva Professor Adjunto do Departamento de Geografia da Faculdade de Formação de Professores da UERJ. R. Francisco Portela, 1470, Patronato, São Gonçalo, RJ, CEP 24435-005.
  • Maria Augusta Martins da Silva Professora Associada do Departamento de Geologia e Geofísica da Universidade Federal Fluminense (UFF). Av. Gen. Milton Tavares de Souza s/nº, Gragoatá, Campus da Praia Vermelha, Niterói, RJ, CEP 24210-346.
  • José Antônio Baptista Neto Professor Adjunto do Departamento de Geologia e Geofísica da Universidade Federal Fluminense (UFF). Av. Gen. Milton Tavares de Souza s/nº, Gragoatá, Campus da Praia Vermelha, Niterói, RJ, CEP 24210-346.
  • Sérgio Cadena de Vasconcelos Professor do Departamento de Geografia e Meio Ambiente da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. R. Marquês de São Vicente, 225, Gávea, Rio de Janeiro, RJ, CEP 22451-900.

DOI:

https://doi.org/10.20502/rbg.v18i2.1111

Palavras-chave:

Ambiente lagunar, batimetria, Maricá/RJ.

Resumo

Geomorphology, sedimentation and processes in the Maricá Lagoon, Rio de Janeiro

 

 

RESUMO

A Lagoa de Maricá no município de Maricá, estado do Rio de Janeiro, integra um sistema barreira-laguna formado no Pleistoceno. A geologia desta laguna é pouco conhecida, assim que, este trabalho objetiva a caracterização de sua morfologia e sedimentação, bem como, o entendimento da dinâmica atuante neste ambiente. Para tal, foram adquiridos dados de batimetria e coletadas 72 amostras de sedimentos das margens e fundo lagunar. Diversas análises foram realizadas, tais como: granulometria, morfoscopia (arredondamento e brilho), composição e teor de matéria orgânica dos sedimentos. Os resultados mostram que a Lagoa de Maricá apresenta uma morfologia de fundo predominantemente plano, com profundidade máxima de 2 m na sua porção central. A partir da linha d’água a profundidade aumenta gradualmente, porém de forma diferenciada entre as margens norte e sul: a margem norte apresenta um perfil suave em direção ao fundo, enquanto que a borda sul é mais íngreme. A profundidade na margem norte atinge 1,5 m (onde ocorre a mudança de sedimentos predominantemente arenosos para areias lamosas) a uma distância que varia de 320 a 720 m a partir da linha d’água, enquanto na margem sul essa mesma profundidade é alcançada entre 160 e 300 m. A sedimentação do fundo lagunar é composta predominantemente por silte arenoso e areia siltosa, introduzidos na Lagoa de Maricá pelos rios. No setor nordeste ocorre o acúmulo de areia siltosa (e argila) depositada na forma de um delta pelo Rio Mumbuca. A margem lagunar norte é formada por areia cascalhosa e cascalho arenoso pobremente selecionado, provenientes da erosão dos afloramentos Pré-Cambrianos e da urbanização no entorno desta laguna. A margem junto a restinga é constituída por areia grossa e média moderadamente bem selecionadas, semelhante à das barreiras. De modo geral, as areias são quartzosas com presença de feldspato, micas, minerais pesados, além de conchas e fragmentos de conchas; há diferenças marcantes no grau de arredondamento entre as areias da margem sul, muito mais arredondadas do que as da margem norte, que são mais angulares. Os ventos de tempestade e o processo de transposição de ondas tem sido ao longo do tempo os responsáveis pelo transporte de areias das barreiras para a laguna; os ventos também geram ondas capazes de retrabalhar os sedimentos das margens e do fundo. A descarga fluvial, os ventos fortes e as ondas são os principais processos responsáveis pela dinâmica sedimentar recente, e ocasionam a distribuição dos vários tipos de sedimentos observados na Lagoa de Maricá.

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Biografia do Autor

Carolina Pereira Silvestre, Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Dinâmica dos Oceanos e da Terra do Departamento de Geologia e Geofísica da Universidade Federal Fluminense (UFF). Av. Gen. Milton Tavares de Souza s/nº, Gragoatá, Campus da Praia Vermelha, Niterói, RJ, CEP 24210-346. E-mail: cps_silvestre@hotmail.com

É doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Dinâmica dos Oceanos e da Terra da Universidade Federal Fluminense. Possui Mestrado em Geologia e Geofísica Marinha no Departamento de Geologia da Universidade Federal Fluminense. Possui Licenciatura (2010) e Bacharel (2014) em Geografia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Tem experiência na área de Geologia, Oceanografia e Geografia Física, com ênfase em exploração de rochas ornamentais, geomorfologia e geologia costeira, sedimentologia e estratigrafia de sequências.

André Luiz Carvalho da Silva, Professor Adjunto do Departamento de Geografia da Faculdade de Formação de Professores da UERJ. R. Francisco Portela, 1470, Patronato, São Gonçalo, RJ, CEP 24435-005.

Professor Adjunto do Departamento de Geografia da FFP-UERJ. Possui doutorado (2011) e mestrado (2006) em Geologia e Geofísica Marinha pela Universidade Federal Fluminense e graduação em Geografia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (2003). É docente do curso de graduação e Pós-graduação (Stricto Sensu e Lato Sensu) em Geografia e tem experiência na área de Geociências, com ênfase em Geomorfologia e Geologia Costeira, atuando principalmente nos seguintes temas: geologia sedimentar; evolução costeira; erosão, dinâmica e sedimentologia de praias; intemperismo de rochas ornamentais; geologia e oceanografia da Antártica. É pesquisador vinculado ao Núcleo de Estudos Paleobiogeoclimáticos (NEPaleo) do diretório de grupos de pesquisas do CNPq, na condição de segundo líder.

Maria Augusta Martins da Silva, Professora Associada do Departamento de Geologia e Geofísica da Universidade Federal Fluminense (UFF). Av. Gen. Milton Tavares de Souza s/nº, Gragoatá, Campus da Praia Vermelha, Niterói, RJ, CEP 24210-346.

Graduação em Geologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1973), mestrado em Geociências pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1976), mestrado em Geociências pela Columbia University (1980) e doutorado em Geociências pela Columbia University (1983). Professora associada do departamento de geologia da Universidade Federal Fluminense, aposentada em 2009. Experiência em geologia costeira, ambientes de sedimentação, análise de bacia sedimentares, em particular as evaporíticas.

José Antônio Baptista Neto, Professor Adjunto do Departamento de Geologia e Geofísica da Universidade Federal Fluminense (UFF). Av. Gen. Milton Tavares de Souza s/nº, Gragoatá, Campus da Praia Vermelha, Niterói, RJ, CEP 24210-346.

Possui graduação em Geografia pela Universidade Federal Fluminense (1990), Especialização e mestrado em Geologia e Geofísica Marinha pela Universidade Federal Fluminense (1993) e doutorado em Geociências - Queens University, Belfast (1996). Atualmente é professor Adjunto da Universidade Federal Fluminense. Bolsista de Produtividade do CNPq - 1C e Bolsista Cientista do Nosso Estado da FAPERJ. Tem experiência na área de Geociências, com ênfase em Geologia Ambiental, atuando principalmente nos seguintes temas: ambiente costeiro, geoquímica ambiental e geologia ambiental.

Sérgio Cadena de Vasconcelos, Professor do Departamento de Geografia e Meio Ambiente da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. R. Marquês de São Vicente, 225, Gávea, Rio de Janeiro, RJ, CEP 22451-900.

Doutor em Geografia pela Universidade Federal Fluminense, UFF, Niterói, RJ (2016); Mestre em Geologia e Geofísica Marinha pela Universidade Federal Fluminense - UFF, Niterói, RJ (2010); Bacharel e Licenciado em Geografia pela Universidade Federal Fluminense - UFF, Niterói, RJ (2006). Atualmente é Professor do Departamento de Geografia e Meio Ambiente da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), ministrando as disciplinas de Geomorfologia Costeira, Fundamentos de Geologia e Climatologia. Bolsista CAPES de Pós-doutorado (INCT) pelo Programa de Pós-Graduação em Oceanografia da UERJ. Tem experiência em diversos projetos de pesquisa na área de Geociências, com ênfase em Geografia Física, Geomorfologia Costeira, Geologia Costeira e Marinha Rasa, Geoprocessamento e Análise Ambiental.

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Publicado

30-05-2017

Como Citar

Silvestre, C. P., Silva, A. L. C. da, Silva, M. A. M. da, Neto, J. A. B., & Vasconcelos, S. C. de. (2017). GEOMORFOLOGIA, SEDIMENTAÇÃO E PROCESSOS ATUANTES NA LAGOA DE MARICÁ, RIO DE JANEIRO. Revista Brasileira De Geomorfologia, 18(2). https://doi.org/10.20502/rbg.v18i2.1111

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