VARIAÇÃO ESPACIAL E CONDICIONANTES DO ENTALHAMENTO FLUVIAL NA BACIA DO RIO GRANDE, SUL DE MINAS GERAIS
DOI:
https://doi.org/10.20502/rbg.v17i4.1045Palavras-chave:
incisão fluvial, nível de base, soerguimentoResumo
O presente trabalho pretende avaliar as variações no aprofundamento da drenagem na alta/média bacia do Rio Grande, sul de Minas Gerais. Para a mensuração do entalhamento fluvial (amplitude altimétrica) em cada trecho dos canais fluviais foi utilizada a base ottocodificada em conjunto com o modelo digital de elevação SRTM/Topodata. A distribuição das classes de amplitude mostrou que na maior parte da alta/média bacia do Rio Grande o entalhamento fluvial situa-se entre 40 e 120 m. Valores superiores a 120 m concentram-se principalmente na Serra da Mantiqueira, junto às cabeceiras dos principais rios. O controle litológico sobre a distribuição das classes de amplitude é espacialmente restrito, o que sugere que a tectônica cenozoica é o principal fator controlador da intensidade da incisão fluvial. A boa correspondência entre classes de amplitude e falhas mapeadas indica a atuação de soerguimentos diferenciais entre blocos, com o consequente rebaixamento de níveis de base regionais nos blocos baixos. Esse controle é mais evidente na porção sul da área, com destaque para a zona de cisalhamento de Jesuânia (ENE). Nesse contexto, as áreas mais soerguidas são as porções da Serra da Mantiqueira que reúnem as principais concentrações de amplitudes superiores a 200 m. Mais ao norte merecem destaque as áreas com concentrações anômalas de amplitudes relativamente elevadas ao norte de Três Corações e na média/baixa bacia do Rio Jacaré. No primeiro caso um considerável soerguimento neocenozoico também deve ter ocorrido, enquanto no segundo as amplitudes mais elevadas aparentemente estão relacionadas à retração erosiva de um knickpoint com o consequente rejuvenescimento do relevo. A predominância de amplitudes menores (< 80 m) na porção oriental, drenada por afluentes do alto Rio Grande, em relação à porção ocidental (sub-bacia do Rio Sapucaí) aparenta estar relacionada à presença de soleiras quartzíticas na primeira e grabens neocenozoicos na segunda. Por um lado, as entradas de algumas gargantas situadas nas cristas quartzíticas funcionam como barreiras que limitam a incisão fluvial nas áreas a montante. Por outro lado, a subsidência das depressões tectônicas causou rebaixamento do nível de base regional e, consequentemente, uma tendência de encaixamento da drenagem a montante. Os resultados indicam um destacado papel da incisão fluvial na evolução e compartimentação do relevo dessa bacia hidrográfica interiorana situada em ambiente intraplaca
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